Nosso objetivo nesta edição é discorrer sobre o medo, este sentimento emocional que por vezes nos surpreende. Em maior ou menor grau, todos já experimentamos esta sensação presente diante de expectativas ou de situações novas.
Abordaremos sucintamente este tema, suas implicações e consequências no dia a dia das pessoas.
Discutir sobre medo tem sua complexidade devido a singularidade do ser humano e de diversos fatores psicológicos capazes de desencadeá-lo.
No decorrer de nossa vida o medo aparece em diversos momentos e situações. Ele tem sido relevante para nossa sobrevivência e evolução no decorrer da historia da humanidade.
Poderia enumerar diversas razões que exemplifique o quanto a presença do medo contribui para nossa sobrevivência. Por exemplo: em situações em que nos faz dirigir com cuidado; ao nos impulsionar a atravessar a rua com maior atenção nos acontecimentos ao redor e nos impedindo de se colocar em situações de maior risco; quando nos leva a buscar uma preparação adequada para realização de uma apresentação ou de uma prova. Existem muito mais situações no nosso dia a dia.
O medo está presente em todas as faixas etárias. Embora tenha o papel importantíssimo na sobrevivência, também pode implicar negativamente no convívio social. Ele pode apavorar, paralisar, impedir e angustiar, provocando perdas e dificuldades para conquistar, ou seja, impondo limitações que podem desencadear sentimentos de inadequação e de baixa alto-estima.
É comum em rodas de conversas se ouvir comentários sobre alguém que tenha medo de dirigir, ou que tenha medo de morrer, ou ainda medo de baratas, medo de assombração, medo de envelhecer, medo de não dar conta de tarefas importantes, e assim vai a lista com muitas opções de variados tipos de medos e que todos nós estamos sujeitos a tê-los.
Lembro-me de um artigo que li, que trazia uma frase que dizia: “AQUELE QUE NÃO TEM MEDO, MESMO QUE LÁ NO INTIMO, ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!”. Esta declaração foi parafraseada de um texto bíblico, mais especificamente de uma fala de Jesus, personagem que tem sido exemplo no decorrer dos séculos de questionamentos que nos conduzem a reflexões quanto à conduta, o amor ao próximo e muito mais. Com relação ao medo esta afirmação se dá por sermos seres humanos, sujeitos a esses sentimentos e emoções. Existem infinidades de fatores desencadeantes do medo, que podem acometer todo tipo de pessoa, podendo ser episódios passageiros, como também se tornarem psicopatológicos.
A questão é: Como posso reconhecer que o sentimento de medo que experimento se tornou um problema? E o que fazer?
Existe uma dosagem de medo adequada, considerada “saudável”. Se tivermos pouco medo nos descuidamos e o perigo aumenta. E se temos medo em demasia deixamos de fazer as coisas, o que traz enormes prejuízos às diversas áreas de nossa vida (profissional, social, e/ou conjugal).
O que podemos fazer é ficar atentos para qualificar o medo que sentimos e observar se ele está nos conduzindo a enfrentamentos de situações e nos impulsionando a realizar e conquistar. Este é o papel de um medo saudável. Ou se ele está impedindo os enfrentamentos, nos levando a desistências e a ter prejuízos. Este é o tipo de medo que necessita de cuidado.
Quando o medo se apresenta de forma demasiada ou irracional ele pode se transformar no que chamamos de transtorno ansioso. A ansiedade e o medo proporcionam uma sensação parecida, porém o primeiro aparece sem que exista realmente um perigo ou ameaça. Pessoas que sofrem com esse medo ou ansiedade acabam tendo comportamentos de evitação, ou seja, evitam entrar em contato com aquilo que lhe causa medo.
Como mencionado anteriormente, o medo é uma alteração das emoções e dos sentimentos também fundamental para nossa auto preservação. Ele se apresenta em uma escala que vai tomando uma proporção até que o individuo tenha seus sentimentos e emoções estabilizados. O sentimento de medo nos proporciona no primeiro momento PRUDÊNCIA, levando para a CAUTELA. Depois ele assume uma posição de ALARME, levando para uma ANSIEDADE, podendo evoluir para o PÂNICO que é um medo intenso, chegando ao TERROR que é um medo intensíssimo .
Diante da vivência do medo podem-se desenvolver uma serie de sintomas físicos e psicológicos como: Taquicardia; falta de ar; tremores; sudorese; tonturas; nervosismo; dificuldade de se concentrar; irritabilidade; insegurança; insônia e grande necessidade de urinar ou evacuar.
Não podemos perder de vista que o medo não é uma emoção patológica, mas sim, uma emoção saudável para a nossa sobrevivência.
Se perceber que o medo começou a atrapalhar sua vida profissional, social ou conjugal, busque por orientação e ajuda especializada.
Autora: Conceição Fernandes
Psicóloga - CRP: 06/132440
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